Cotoco era um rapaz muito problemático, talvez por ter nascido sem os dois braços e
sem as duas pernas, mas ele era cheio de amigos que o amavam, brincavam com ele
e todas as outras muitas coisas que amigos fazem…
Quer dizer, quase todas. Certo dia, resolveram ir à praia e levar o Cotoco junto.
Pegaram a estrada e lá foram eles em direção ao piscinão de Ramos (nossa, acho que tô vendo muita novela).
Chegaram e, devido ao grande nível de calor, foram direto pro mar, mas, para Cotoco
não ficar triste, o deixaram brincando no raso enquanto foram nadar um pouco mais no fundo.
O mar estava uma delícia, tão bom, mas tão bom, mas tão bom… Chega de “bom”,
né? Voltando… Estava tão bom que ficaram lá por umas 2 horas e nem perceberam que a maré começou a subir.
Desesperado, Cotoco começou a se debater e gritar para pedir ajuda. Um bêbado que
estava passando no local viu a cena, e se emocionou. Correu até o Cotoco e o pegou nos braços.
O pobre coitado achava que estava salvo, mas não deu nem tempo de agradecer o
bêbado, que partiu com Cotoco pro fundo do mar, o arremessou mar adentro e disse: — Vai tartaruguinha, vai!