Um cantor sertanejo em fase inicial de carreira, estava com seu Fusquinha 66 por uma estradinha. Poeira e buraco a mil, até que de repente…
Catapimba! Quebrou a suspensão do poizé…
— Oh, meu Senhor… que maçada!
Já noite escura e não passa uma vivalma por ali…
Quase desacorçoado o futuro cantor, coçando a cabeça, viu a uma certa distancia, uma pequena luz acesa..
Fechou o poizé e dirigiu-se para lá… Amanhã eu vejo o que fazer com o poizé… Chegou à casa d’onde ele viu a luz…
Uma velhinha dos seus 70, o recebeu sorrindo com aquela boquinha enrrugada, zóinho manso, voz tênue mas delicada…
— Ôi moço, qui que eu posso fazê pô ce fio?
Contou pra véinha o ocorrido e só pediu pousada, que graciosamente foi atendido…
Mais noitinha uma canjinha de galinha e foram dormir… Havia uma cama só..
O rapaz educadamente deitou bem no cantinho , para nem relar na véia…
Noite a dentro a véia começou a roçar no rapaz e tentando abraça-lo e êle, delicadamente, se esquivando…
Amanheceu o dia, lindo, radiante, cheirinho de café novo, a galinhada cacarejando no quintal ciscando e vários galos entre elas… O rapaz, tomando um cafezinho, comentou…
— Ô vó! Com tantos galos no meio das galinhas não sai briga entre eles?
— Chiiiii fio… comentou a véinha… Galo mesmo é só aquele carijozão ali porque o resto é tudo cantor, viu?